quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

A ESCOLHA DE MEU NOME ...



A escolha do nome de um récem-nascido é um momento importante. O meu nome foi uma homenagem de meus pais para meu avô paterno. Todos sabem que me chamo; Alderico Mesquita Magalhães Neto. Quando criança não gostava muito, pois meus colegas de sala nunca acertavam chamar meu nome pela primeira vez. Tive o prazer de conviver com meu avô Alderico até meus nove anos. Nesse pouco tempo de convivência,passei a valorizar o meu nome. Além de dizer de quem sou neto, faz lembrar qualidades do títular desse nome. Quando as pessoas falavam errado,eu repetia certo e ainda justificava que era o nome de meu avô. Suas ações e suas histórias foram fatores importantíssimos, para que me orgulhasse dessa minha nomenclatura. Quem conhece a minha história sabe, que mesmo enfrentando muitos obstáculos,sou uma pessoa feliz. Durante esses nove anos, ele colaborou em todos os momentos para a minha infância não ser tão diferente das outras crianças. Lembro de muitas voltas que dei em sua bicicleta. Ele guiava com muito cuidado. Eu ia na cadeirinha e ali esquecia qualquer obstáculo. Vovô era filho do casal, Zeca Paula e Joanita. Ao lado de minha avó Mariinha Rego soube criar todos os filhos. Tanto os biológicos,quanto os de coração. Tudo à base de muito suor e sacrifício. Sempre ensinando que o trabalho é a única forma de melhorar de vida. Era muito caridoso. Um homem simples. Mesmo não tendo ensino superior, tinha uma visão que a educação aliada ao esforço do trabalho resultava no sucesso. Colocou os filhos para trabalhar desde cedo; carregavam latas d’água, quebravam lenhas e outros. Porém a escola tinha que ser freqüentada. Segundo minha avó materna, vizinha por muitos anos, o horário das refeições na casa de vovô Alderico era um fato invejável, pois todos os filhos aceitavam qualquer cardápio, com muita alegria. Era um excelente vizinho, compadre e amigo. Por falar em alegria,ele tinha para dar e vender. Era brincalhão,colocava nome em seus bichos. Brigel era o seu jumento preferido. Trabalhou muitos anos nos Correios, ao lado de Mamundo, S.Pontes, D.Artemísia Lemos, D.Mundita Aquino e outros. Sempre foi muito carismático. Depois de algum tempo, sua residência serviu de posto para os primeiros canais telefônicos. Pode-se afirmar que foi um homem das comunicações pois trabalhou com cartas e telefones. Era muito inquieto, não gostava de ficar parado. Trabalhava muito em seu terreno, Açude do Mato. Nele plantava e colhia. Botava a mão na terra. Também gostava de botar a mão na massa, pois adorava construção. Tinha uma olaria para fazer os tijolos e as telhas que usava em suas construções. Empregou muita gente. Construía e vendia casas em seu terreno. Aos poucos seu terreno foi virando rua, bairro. Nele, atualmente tem a avenida Alderico Mesquita Magalhães. Foi o homem das cartas,dos telefones, das plantações, das construções. Resumindo;meu avô possuía inúmeras qualidades. Era um marido romântico que levava café da manhã na cama ,para a esposa diariamente. Seus ensinamentos foram muito importantes para a formação do caráter dos filhos. Um sogro com jeito de pai. Um avô muito carinhoso. Amigo de todos e principalmente para todas as horas. Fácilmente identificamos suas características em todos os membros da família. Em mil novecentos e oitenta e oito, a nossa família perdeu esse chefe. Enquanto vida teve, realizou muito bem seu papal de filho, de irmão, de pai, de sogro, de avô. As próximas gerações ficarão sabendo desse reriutabense tão cheio de qualidades.

Um comentário:

Anônimo disse...

Deo, sou suspeita , mas esse texto ta muito especial, bom d ++. Me emocionou!!!Sou sua fã.