sábado, 31 de outubro de 2009

EXPOMORTE

O Dia de Finados no Crato é o dia da celebração da vida eterna, daquelas pessoas queridas que já faleceram, despertando, em cada um de nós, o desejo de abraçá-los outra vez. Essa vontade de rasgar o infinito para descobri-los, de retroceder no tempo e segurar a vida.

A programação do Dia de Finados começa às 5 horas com uma missa campal em frente ao Cemitério de Nossa Senhora da Piedade, na Rua Nelson Alencar. Este ano, mais uma vez, será promovida a "Expomorte", uma exposição de fotos de pessoas que já morreram. O evento movimenta a cidade no dia 2 de novembro. Milhares de frequentadores passam pelo local. "Muitos vêm olhar os santinhos e reconhecem familiares, amigos ou pessoas que nem sabiam que tinham morrido", diz o jornalista Huberto Cabral, coordenador da exposição.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Ceará vai ou não vai para a primeira?

Ipatinga e Ceará apostavam alto em suas estrelas, os artilheiros Marcelo Ramos e Mota, respectivamente, para vencer o jogo desta sexta-feira (30), no Ipatingão, pela 33ª rodada da Série B. Entretanto, quem se destacou foi o goleiro do time nordestino, Marcelo Bonan, que pegou até pênalti cobrado pelo atacante do Tigre. Assim, o placar não podia ser outro: 0 a 0.

Melhor para os nordestinos. Com o resultado, o Ceará chega a 60 pontos, segue na terceira posição e vê a volta à elite cada vez mais perto. Já o Ipatinga soma 41 pontos, vai para o 14º lugar, mas ainda não afastou o fantasma do rebaixamento.

Na próxima rodada, terça-feira (3), o Vovô recebe o Bragantino, no Castelão. No mesmo dia, o Ipatinga vai até o ABC paulista enfrentar o São Caetano, no Anacleto Campanela.

Em um gramado encharcado pelas chuvas que castigaram Ipatinga, a partida começou lenta. Aos poucos, o time da casa começou a dominar o jogo, mas tinha dificuldades de penetrar na área do Ceará.

A primeira chance só veio aos 7min. Leandro Brasília fez jogada pela direita e cruzou. Amílton chutou de primeira para boa defesa de Marcelo Bonan. O lance animou o time do Ipatinga, que partiu para cima.

Aos 10, o gol do Tigre quase saiu. Pressionado por Michel, Leandro Brasília invadiu a área e caiu. O juiz marcou pênalti. Marcelo Ramos bateu no canto direito, mas Marcelo Bonan defendeu.

Com pouca criatividade no meio campo de ambas as equipes, a partida ficou feia, com muitas faltas. O primeiro chute a gol do Ceará aconteceu aos 18min. O volante Michel arriscou, mas João Carlos defendeu firme.

Só a partir dos 30min o time nordestino conseguiu equilibrar o jogo. Sumido em campo, Mota só teve uma chance, aos 40min. Depois de cruzamento de Boiadeiro, ele recebeu a bola e virou, mas bateu para fora, à esquerda do goleiro João Carlos.

Na volta para o segundo tempo, o técnico do Ceará, Paulo César Gusmão, sacou um de seus volantes e colocou Jorge Henrique para dar mais força ofensiva à equipe. Entretanto, o panorama do jogo pouco mudou. Para piorar, menos de 20 minutos depois, o meia teve que ser substituído, por contusão.

O técnico do Ipatinga, Flávio Lopes, que reestreava, também tentou abrir o jogo, colocando o meia Reina e o atacante Joabe. Apesar das mudanças, o time não conseguiu criar boas chances.

O Ipatinga ainda teve um jogador expulso, aos 38min. O lateral esquerdo Radar, que havia levado o primeiro amarelo pouco tempo antes, cometeu falta feia em Boiadeiro e foi pro chuveiro mais cedo.

Com um a mais, o Ceará ainda tentou uma pressão no final, mas não deu em nada.
A cultura alemã chega em Guaramiranga.

O sotaque alemão vai invadir o Ceará, mais precisamente Guaramiranga, durante este fim de semana. É a primeira edição da Oktoberfest. A tradicional festa da cerveja ganhou uma versão cearense, que além de muitos brindes e boa conversa, contará com diversas atrações musicais, entre elas a banda catarinense Cavalinho

A Oktoberfest cearense tem tudo para ser mais uma marca no calendário cultural de Guaramiranga, cidade que fica no Maciço de Baturité e recebe, de hoje a domingo, uma extensa programação musical. Entre os destaques, Falcão (CE), Banda Cavalinho (SC), Ítalo & Renno (CE), Dona Zefinha (CE), Groovytown (CE), Fritz Marsch (CE), DJ Marquinhos - Projeto Farra Na Casa Alheia (CE).

Uma festa universal, realizada em vários países tradicionalmente no mês de outubro com foco na cultura da região da Baviera, na Alemanha, a Oktoberfest aproveita as características culturais de cada local. Por aqui, o diferencial estará nas brincadeiras e no tradicional humor cearense.

O sotaque alemão ficará por conta das apresentações da banda Cavalinho, que se apresenta nos três dias de festa. O grupo formado por Marco Aurélio Reis (Bateria), Dinho Almeida (Baixo), Maicon Soehn (Guitarra), Ivan Luciani (Gaita e teclados), Alois Hoffmann (Voz e Sax), Luciano Vitorino (Trombone), Samuel Sevegnani (Trompete), Janaina Viana (Dançarina), Simone Fritzke (Dançarina) e pelo vocalista e alemão Michael Lochner.
Prefeitura de Fortaleza estuda medida para diminuir o caos no transito.

A informação divulgada na tarde de ontem pelo presidente da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza S.A, (Etufor), Ademar Gondim foi a seguinte; A Prefeitura estuda uma maneira de incentivar as pessoas a deixarem seus automóveis em casa e usarem mais os transportes coletivos. Também sabe-se que a cidade não possui um modelo de sistema de transporte público de qualidade, com conforto segurança e pontualidade contribuindo para o caos enfrentado por condutores e usuários dos transportes. Mudar isso, não é da noite para o dia. A Prefeitura estará disposta a enfrentar o desafio. A primeira medida a ser tomada será a diminuição da passagem de ônibus fora dos horários de pico. Atualmente a tarifa custa R$ 1,80. Como incentivo, pode chegar a R$ 1,20 a exemplo da tarifa social, aos domingos. A medida foi vista com bons olhos por empresários do sistema. O representante do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Ceará (Sindiônibus), Dimas Barreira, adiantou que essa é uma das melhores alternativas para incentivar aos usuários a preferir usar ônibus nesses horários e assim equilibrar o sistema. O Deputado Chico Lopes, autor do requerimento que originou no Seminário coletivo urbano, realizado na Assembléia Legislativa, declarou-se a favor da redução. Porém, salientou que a Prefeitura não podia esquecer da acessibilidade e que os problemas de mobilidade urbana precisam ser resolvidos. A medida ainda não tem data para entra em vigor, resta a nós usuários, esperar sentados nos pontos de ônibus.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

SUPERAÇÃO
No dicionário da língua portuguesa, a palavra superação significa; efeito de superar ou de se superar. Para os deficientes ou para os portadores de necessidades especiais, como são chamados, essa palavra tem um significado bem maior. Significa; razão de viver. Hoje, muito se fala sobre esse assunto. Falo, por conhecimento de causa. Afinal de contas, tento superar os obstáculos todos os dias. Cada um que venço, mesmo que com a ajuda de terceiros, me sinto um vitorioso. E quando estou na cama com a cabeça no travesseiro, estou ciente de que Deus teve um propósito, quando tive os primeiros sintomas da pólio. De lá para cá, já venci muitos obstáculos e o maior deles foi o da conformação. Quando cito o verbo conformar, estou me referindo a me aceitar desta forma. Jamais em me conformar com as barreiras arquitetônicas imposta pelo homem. Sei que não posso vencer a vontade de Deus, mas tenho certeza que posso vencer a de qualquer homem. E com esse pensamento, vou trilhando meu caminho. Ao invés de caminhar com as pernas, caminho sob rodas. Sempre com a vontade de superação. Tenho certeza de que você também sonha em se “superar”. Quando você diz essa palavra, qual é a primeira referência que surge em sua mente... uma barreira ou uma possibilidade? Para homens sem problemas de locomoção, barreiras arquitetônicas passam despercebidas. Ausência de rampas em edifícios e em calçadas; falta de transportes coletivos adaptados com elevadores para cadeirantes; ou ainda, banheiros com espaços não adaptados não se constituem como obstáculos diários para pessoas ditas normais.
A arquitetura da maioria das construções não é concebida para atender às necessidades das pessoas com deficiência. Essa não-concepção de acessibilidade não só dificulta a locomoção desse segmento da população, mas também propiciam o segregamento e discriminação de deficientes por negar-lhes a possibilidade deles usufruir. Quando me deparo diante de tais dificuldades, faço questão de vencê-las, mesmo que seja com a ajuda de outros. Não desisto fácil. Infelizmente, nem todos os deficientes possuem esse pensamento.
Milhões de brasileiros e brasileiras não saem de casa porque não podem locomover-se sem o auxílio de algum parente ou amigo. Segundo estimativa do Órgão das Nações Unidas (ONU), para os países em estágio de desenvolvimento (neste estudo, o Brasil), 10% da população (cerca de 15 milhões de pessoas) tem algum tipo de deficiência física. Conforme estudos da Organização Latino-Americana de Saúde, o índice de deficiência no Brasil é maior do que o de outros países de terceiro mundo. As causas de deficiência são, de um lado, epidemias, subnutrição, falta de saneamento básico, prevenção e, de outro, problemas gerados pela violência urbana: assaltos com arma branca e arma de fogo, acidentes de trânsito. Com esse alto percentual, pode-se dizer que é inadimissível que nós deficientes, não sejamos notados.

Com o intuito de diminuir os mais variados tipos de dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência, que vão desde preconceito e discriminação por parte da própria família, até barreiras ambientais (arquitetônicas) no contexto social, o governo federal conta com três importantes órgãos, todos sediados em Brasília: no Ministério da Educação, a Coordenação de Educação Especial (COEE); no Ministério da Ação Social, a Coordenação para a integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE); e na Presidência da República, a Secretaria de Desportos.
Mais de trezentos prédios públicos do Distrito Federal não atendem as condições mínimas de acesso para pessoas com deficiência. Nos edifícios privados a situação não é diferente. Não há rampas e banheiros adaptados para esse segmento da população.
De acordo com a Lei Distrital n° 258, de maio de 1992, num prazo de cinco anos, todos os prédios públicos e privados da capital federal deveriam estar adaptados para facilitar a circulação de pessoas com deficiências. Enquanto isso não ocorre, os cerca de trezentos mil deficientes no DF têm de enfrentar diariamente obstáculos para realizar tarefas simples, tais como, atravessar a rua ou entrar em uma agência bancária. Se na capital de nosso país os deficientes são tratados com esse descaso, imagine em outros Estados.
Quanto ao cenário da prática de atividade física e esporte para pessoas com deficiência no DF, o tratamento é diferenciado. Atualmente, há instituições em Brasília que estão contribuindo significativamente para o desenvolvimento esportivo e de lazer desses cidadãos. Dentre elas se destacam:
• Comitê Paraolímpico do Brasil (CPB), criado em 1995. Tem como veículo de comunicação, a Revista Brasil Paraolímpico, cujo objetivo é informar todos os acontecimentos do movimento paraolímpico: conquistas dos atletas, patrocínios, informações do meio sócio-político, dentre outros;
• Programa de Reeducação e Orientação às Pessoas com necessidades Especiais (PROPNE), da Secretaria de Estado de Educação em parceria com a Secretaria de Esporte e Lazer;
• Centro de Treinamento de Educação Física Especial (CETEFE).

Além de contribuírem na inserção de pessoas com deficiência em atividades físicas, de esporte e de lazer, essas instituições, reconhecidamente, têm também um papel relevante na inclusão social desse segmento da população na sociedade.
Embora facilitem não somente a divulgação do esporte, mas também o acesso de homens e mulheres com deficiência às atividades físicas e ao lazer, essas instituições governamentais procuram ainda sensibilizar a população e a sociedade em geral para os obstáculos ambientais e sociais sofridos pelos deficientes em suas idas e vindas diárias.

Existem diversos modos de significar a prática de atividade física e esporte para pessoas com deficiência haja vista que existem diferentes gestos de interpretação na sociedade. O que significa dizer que deficiência, atividade física e esporte são afetados por multifacetados sentidos de acordo com a ordem do discurso em que eles são significados. A prática de atividade física e/ou esportiva por portadores de algum tipo de deficiência, sendo esta visual, auditiva, mental ou física, pode proporcionar dentre todos os benefícios da prática regular de atividade física que são mundialmente conhecidos, a oportunidade de testar seus limites e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a integração social do indivíduo.
Atravessados e afetados pelos discursos é que homens e mulheres com deficiência constroem seus discursos sobre as principais barreiras ambientais enfrentadas na prática esportiva e no lazer. Suas dificuldades e lutas permanecem ecoando em seus discursos, ainda que ditos em silêncio. Certa vez, li um texto de um autor desconhecido que sintetiza a ligação entre o esporte e o ser humano, seja ele, deficiente ou não.
“Há alguns anos, nas olimpíadas especiais de Seattle, nove participantes, todos com deficiência mental ou física, alinharam-se para a largada da corrida dos 100 metros rasos.
Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar.
Todos, com exceção de um garoto, que tropeçou no asfalto, caiu rolando e começou a chorar. Os outros oito ouviram o choro. Diminuíram o passo e olharam para trás. Então eles viraram e voltaram. Todos eles.
Uma das meninas, com Síndrome de Down, ajoelhou-se, deu um beijo no garoto e disse: "- Pronto, agora vai sarar". E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada. O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos.
As pessoas que estavam ali, naquele dia, continuam repetindo essa história até hoje. Talvez os atletas fossem deficientes mentais... Mas, com certeza, não eram deficientes da sensibilidade... Por que?
Porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida mais do que ganhar sozinho é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir o passo e mudar de curso.”
Por fim, gostaria de evocar que todas as pessoas são diferentes. Limites e possibilidades de superação também são diferentes. Não há como homogeneizar o sujeito sem correr o risco de tirar-lhe sua identidade e usurpar-lhe o direito de exercer plenamente sua cidadania.