José Aldir Paiva Trajano é filho de Coquim e Erotides . Casado com Albany Magalhães , com quem teve três filhas ; Cristiane , Tatiane e Suyane . Infelizmente não se encontra mais nesse plano. Era um reriutabense muito inteligente . Deixou escrito em forma de verso,relatos sobre sua infância .
"Oh! Minha querida terra
Eu trago em minha lembrança
Ainda quando criança
Aprendi a te amar.
Fui um menino moleque
E com os doidos eu bolia
De Jovina a João Pelado
Com todos eles mexia.
No tempo da minha infância
Eu não podia chorar
No quintal do Antonio Dutra
Muitas mangas fui roubar.
A D. Maria Jaca
Com a bengala na mão
Jogando praga em todos
Chamava-me: seco do cão.
Horácio Lira Pessoa
Eu chamava Rei do Sal
Escondi sua dentadura
Enterrada no quintal.
Tinha também Luiz Nunes
Nas casas,água botava
Quando me via de longe
Logo uma pedra pegava.
Muitas vezes eu não estava
Fazendo nada de ruim
Se apareçia mal feito
O povo todo dizia:
Foi o cabra do Coquim .
Me juntei a outro peralta
O conhecido Peru
No rélogio do Horácio
Colocamos um cururu.
Isto foi a maior queda
Que Horácio levou
Na hora que foi olhar
Porque a máquina parou
Só parou porque o pêndulo
No cururu encostou .
Horácio caiu para trás
Ficou gritando de dor
Dizia:me acuda Vírginia
Que minha perna quebrou.
A turma toda sorrindo
Na calçada de seu Coquim
Quando Vírginia saiu
Pra chamar o seu Coquim.
Veio Coquim, veio Mestre Louro
Seu Abílio e Demazim
Pra levar Horácio
Da sala pro camarim .
A gente mesmo fazia
O pessoal se zangar
Sabendo que logo mais
Uma surra ia levar.
Era a coisa mais gostosa
Que se podia fazer
Tomar o tal banho pelado
Pra quem quisesse ver.
O buraco do Sitônio
O riacho do seu Quim
Açude do Zé Aguiar
Do poço do seu Mundim.
Era o local preferido
Da canalha especial
Em casa tinha banho
Mas não era tão legal.
Tudo que era quintal
Que tinha pé de fruteira
Era nosso conhecido
Todos levávamos carreira
Só roubava por roubar
Somente por brincadeira.
Do Piano ao Azevedo
Do Prechete ao Venceslau
A Lucifé era a velha
Da boca mais imoral
Era o prato predileto
Da canalha especial.
Tem tanta coisa gostosa
Que não consigo lembrar
De certos
Oh! Minha terra querida
Aprendi a te amar.
Confesso que estou velho
tempos pra cáOh! Querida Reriutaba
Mesmo morto vou te amar ."
José Aldir , 28 / 11 / 1988.
Faleceu faleceu dois meses depois .